A pandemia do novo coronavírus impôs grandes desafios a serem enfrentados pela sociedade, principalmente aos idosos. Considerada como categoria de risco ao contágio da Covid-19, a terceira idade sofre com o isolamento social, até agora a única solução totalmente eficiente para diminuir o risco de contaminação ao vírus.
Em entrevista ao Jornal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a psicóloga e mestre em gerontologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Juliana Mariño comentou sobre a diferença entre o conceito de distanciamento social e isolamento físico: “Mas esse isolamento social, teoricamente, não deveria existir no sentido de um isolamento afetivo. Isso porque essas pessoas deveriam continuar conectadas com as suas redes de alguma maneira, seja virtual, seja por telefone”.
Conforme a psicóloga, o momento é difícil para toda a humanidade, porém os cuidados precisam ser redobrados com a população idosa por causa dos riscos da doença às pessoas com idade mais avançada. Além disso, a profissional destacou que muitas pessoas não possuem alguém para lhe auxiliar em casa ou nesse momento de pandemia: “Não se sabe se essa pessoa tem alguém que possa fazer as compras por ela ou não; muitas vezes ela está sozinha”.
TECNOLOGIA É ALIADA NESSE PERÍODO DE PANDEMIA
Uma pesquisa feita pela empresa Integrar Gerações, espaço de aprendizagem de Porto Alegre focado no público idoso, destacou o crescimento do uso da tecnologia por essa classe da sociedade durante o período de isolamento. O fundador do Integrar Gerações Guilherme Menezes promoveu a pesquisa em formato online e em âmbito nacional com uma amostra de 459 pessoas com mais de 50 anos para analisar o comportamento dessas pessoas.
Conforme a pesquisa, houve um crescimento de 34% no uso de serviços de entrega de alimentos, os serviços de streaming de vídeo cresceram 10%, e a participação em lives passou de 18% para 71%.
Outro dado expressivo coletado pela pesquisa foi o aumento da participação nas aulas online, que subiu de 22% para 53%. Após a pandemia, 45% responderam que devem continuar realizando as atividades no formato online.
Em entrevista ao Jornal do Comércio, o fundador da empresa afirmou que a inserção da terceira idade na tecnologia é uma realidade: “Eles perceberam que a utilização da tecnologia e os serviços on-line trazem benefícios”.
